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Vaidosos assumidos, homens aderem aos tratamentos estéticos

| em: 10/08/2012

Vaidosos assumidos, homens aderem aos tratamentos estéticos

 

Passar um bom tempo em frente ao espelho ou escolhendo o melhor cosmético não é mais exclusividade das mulheres – os homens resolveram assumir sua vaidade e se dedicar mais aos cuidados com a beleza. Tanto é que se foi o tempo em que no nécessaire deles tinha apenas xampu, desodorante e creme para barbear. Hoje, os três itens básicos dividem espaço com protetor solar, creme anti-idade, hidratante facial e labial, sabonete líquido, perfume e até esfoliante.

“O homem se transformou e ampliou seus horizontes, dando mais espaço para a expressão de sua sensibilidade e beleza”, justifica o psiquiatra Luiz Cuschnir, coordenador dos grupos de psicoterapia de gênero do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Só é preciso dosar para que a vaidade não seja excessiva. “Se cuidar significa perceber suas necessidades e conseguir supri-las, além de conquistar bem-estar físico e psicológico. Sentir-se mais bonito ou mais atraente, o estimula a ser mais sedutor. Virilidade, poder, segurança e autoconfiança podem aparecer como resultados positivos desse cuidado com a aparência, mas se forem equilibrados e adequados”, ressalta o médico.

O mercado e o consumo

A indústria cosmética comprova essa transformação da ala masculina. De acordo com uma pesquisa realizada em 2011 por uma marca líder do segmento de barbear, o mercado de beleza masculina cresce em média 25% ao ano e de cada dez homens oito cuidam não apenas de sua higiene pessoal, mas também da beleza. A conclusão do estudo é que a expectativa do segmento de beleza masculina dobre em cinco anos.  “Os homens preferem uma rotina simplificada, com um ou dois cremes no máximo, que tenham consistência leve e não deixem a pele melada. A grande maioria não abre mão de protetor solar e creme antiidade, com isso garantem um escudo contra o envelhecimento precoce”, relata a dermatologista Maria Fernanda Tembra, de São Paulo, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

E essa vaidade masculina não fica restrita às prateleiras e gôndolas de lojas especializadas em beleza, ela se reflete em clínicas de estética, por exemplo.  “Cerca de 20% de nossos clientes são homem com uma demanda crescente”, revela Simone Bueno, diretora do SPA Longevity by Sisley, de São Paulo. “Nos últimos dois anos tivemos um aumento de aproximadamente 30% do público masculino. Atualmente atendemos mais de 20 homens regularmente, sendo que alguns realizam tratamento mensal, outros a cada sete ou quinze dias”, relata a esteticista Roseli Siqueira, de São Paulo, que criou um espaço exclusivo para o atendimento dos homens em seu Centro de Estética Integrada.

O que mais os aflige

De acordo com especialistas, a idade média que representa um divisor de águas entre o homem despreocupado e o homem vaidoso é 30 anos. É nessa fase que ele sente necessidade de experimentar um cosmético anti-sinais, começa a caprichar nos cuidados com a beleza e vai pela primeira vez ao dermatologista. O motivo principal desses cuidados é o medo da calvície, que na fase inicial, é um problema que até pode ser tratado com cosméticos, remédios e massagens, mas em um segundo estágio é preciso tratamentos com laser e injeções de substâncias que melhorem a nutrição e crescimento dos fios. “Quando se torna avançada, e ainda é genética e precoce, a partir dos 20 anos, a única solução é o implante”, explica o cirurgião plástico Marcelo Daher, do Rio de Janeiro, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.