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Brasileiras são as maiores consumidoras de beleza para os fios

| em: 09/08/2013

Brasileiras são as maiores consumidoras de beleza para os fios

É comprovado que as brasileiras são as mulheres que mais gastam dinheiro com o cabelo no mundo. De acordo com pesquisa realizada pela L’Oréal, no país elas investem, em média, R$ 40 por mês para esta finalidade. Metade frequenta os salões a cada duas semanas, gastando R$125 por mês. Esses números são maiores do que os outros quatro grandes mercados de produtos para cabelos que incluem Estados Unidos, França, Japão e Índia.

No setor de beleza, o Brasil é líder em vendas, superando R$ 40 bilhões por ano, que representa 1% do PIB nacional. As grandes marcas como Unilever, L’Oreal e P&G chegam a lançar 100 novos produtos anualmente para atender essa demanda.

Outro dado alertado fica por conta do tempo gasto pelas mulheres para deixar os fios perfeitos. Em média são 40 minutos diários, além da quantidade de produto utilizada que variam entre quatro e cinco, contando com xampu, condicionador, máscaras, óleos e finalizadores.

Cabeleireiros com experiência internacional confirmam que, não são apenas os fios das brasileiras que possuem diferença das demais, a maneira que elas pensam também influencia nesse comportamento. “A europeia e a americana têm um perfil mais conservador. As brasileiras estão sujeitas a modas e estações. Vivem querendo mudar cores e formatos”, diz Viktor I, dono de salões de beleza em São Paulo e Curitiba, com experiência nos EUA, na França e em Portugal. Segundo os cabeleireiros, as brasileiras parecem seguir mais de perto os estilos mutantes de penteados das modelos e atrizes.

Cabelo é um negócio sério, independentemente da classe social. Nas áreas mais pobres do país, são comuns bicos para sustentar as famílias. De maneira informal, os serviços de cabeleireiro surgem como uma opção de complemento de renda, ou até mesmo alternativa ao desemprego. Há cerca de 340 mil salões no Brasil. Segundo o Sebrae, 99% constituem micro e pequenas empresas. Cerca de 89% dos cabeleireiros e clientes estão nas classes C e D. Algumas grandes empresas têm procurado investir na profissionalização e qualidade dos serviços.

A fixação por cabelos não tem idade. Natasha Moraes de Andrade, de 12 anos, moradora da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, nunca cortara o cabelo até abril deste ano. Ela e sua mãe o achavam bonito. Ficou conhecida internacionalmente como Rapunzel Carioca, desde que o jornal britânico Daily Mail publicou um perfil sobre ela e seus cabelos. Natasha desfilava com mais de 1,5 metro de fios, gastava mais de uma embalagem de xampu por semana (cerca de R$ 500 por ano) e cerca de uma hora e meia por dia para pentear. Depois de chorar muito no cabeleireiro, o novo corte foi um alívio. Além de voltar a andar de bicicleta, ela vendeu 40 centímetros de fios por R$ 9 mil, dinheiro que será usado para reformar sua casa. Foi mais ou menos o mesmo valor avaliado para o cabelo de Marina Ruy, quando ela pensava em cortar. Para Natasha, os cabelos foram um bom investimento. Para a maior parte das outras mulheres, e por outras razões, também é.

Fonte: Época