Geral

Técnicas e cuidados para cabelos alisados

| em: 16/07/2012

Técnicas e cuidados para cabelos alisados

 

O boom dos alisamentos e das escovas progressivas – na maioria das vezes à base de formol –, e os alongamentos que tracionam os fios estão derrubando o cabelo da clientela. Embora não haja dados oficiais, profissionais têm recebido cada vez mais clientes com problemas sérios decorrentes de tais procedimentos

Cabelos longos e lisos é o desejo da maioria das mulheres. Realizar esse sonho é possível quando o profissional é sério, informado e utiliza métodos seguros, aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Quando o cabeleireiro faz alisamentos ou alongamentos sem respeitar as condições do fio e lança mão de substâncias nocivas à saúde, pode causar sérios danos no couro cabeludo e destruir a estrutura da fibra capilar. “Esses procedimentos podem provocar quebra ou inflamar o couro cabeludo, levando à queda por conta da irritação da região”, explica o tricologista paulistano Ademir Jr. Há algum tempo, hairstylists de renome no mercado nacional têm se deparado com uma clientela insatisfeita com a cabeleira e que apresentam tais sintomas. “Conheço muitos casos de clientes que sempre fizeram alisamento e agora estão sofrendo as consequências: queda e madeixas sem vida”, relata Jô Nascimento, do Espaço Jô Nascimento, em Limeira (SP). Por isso, o hairstylist precisa saber como diagnosticar o problema para indicar um tratamento no próprio salão ou, em casos mais graves, encaminhar a pessoa ao dermatologista.

O advento do formol

Todo profissional bem-informado sabe que qualquer tipo de química que altere a estrutura da fibra capilar requer cuidados. Tais precauções vão desde a aplicação até a completa remoção e a manutenção recomendada à cliente em casa. “Uma simples falha nessa operação poderá levar à queda total ou parcial dos fios, quebra ou até mesmo a problemas mais sérios, como dermatites, queimaduras e descamações”, enumera a terapeuta capilar Sheila Bellottti, do Centro Capilar Sheila Bellotti (RJ). Porém, a especialista ressalta que o grande vilão dos alisamentos é o formaldeído, o conhecido formol. “Apesar de todas as informações, apelos, punições e relatos das consequências, o uso dessa substância e de outras, como o glutaraldeído, com a promessa de um cabelo bonito e saudável, tem destruído muitas madeixas”, relata. O tricologista Ademir Jr. completa: “Quando o cabeleireiro batiza o produto ou empresas não idôneas vendem cosméticos com a adição de compostos proibidos, a saúde dele e da cliente está em risco”. Já ativos como tioglicolato de amônio, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de lítio e hidróxido de guanidina, reconhecidos pela Anvisa, alisam e relaxam os fios sem causar prejuízos à clientela e ao hairstylist. “Mesmo assim, todos os cuidados descritos anteriormente devem ser tomados para que possamos minimizar estragos e prevenir futuras quedas”, alerta Bellotti.

Alongar é preciso?

O cabelão é marca registrada da mulher brasileira. Por conta dessa paixão nacional, o cabeleireiro tem acesso a técnicas cada vez mais modernas para dar volume e aumentar o comprimento das madeixas. Mas a tração contínua dos fios não faz bem à saúde capilar. “Prefiro os alongamentos temporários, aplicados apenas para uma festa ou sessão de fotos”, recomenda Patrícia Maciel, terapeuta capilar do Núcleo Capilar Patrícia Maciel (SP). Ela explica que, apesar de o peso de cada mecha artificial parecer inofensivo, traciona a natural que dá sustentação a ela. De acordo com a especialista, isso representa toneladas para o pequeno diâmetro da raiz, que enfraquece e acelera a queda de um fio que poderia durar dez anos.  “Caso nasça um novo no mesmo lugar, certamente será miniaturizado, mais fino e com uma longevidade bem reduzida”, enfatiza Patrícia. Assim, o profissional deve fazer um diagnóstico rigoroso antes de sair aplicando extensões na cabeça da cliente. Fios enfraquecidos e quebradiços não podem ser alongados.

Diagnóstico e solução

Por cabeleiras lisas e longas, a mulherada faz loucuras. E os estragos sobram para os cabeleireiros consertarem. Quando o cabelo estiver apenas danificado, ressecado e com perda de elasticidade, doutor Ademir Jr. recomenda que sejam adotados tratamentos para restaurar a fibra. “Devem-se evitar novas químicas que mudem a estrutura capilar e sobrecarreguem o couro cabeludo de inflamação”, alerta. Mas se o profissional perceber que os fios não crescem, há perda de densidade e rarefação difusa, ele tem de recomendar que a pessoa procure um especialista. “Encaminhar para um tricologista é fundamental, pois ele indicará os tratamentos mais adequados. Oferecer procedimentos no salão nem sempre funciona. “Às vezes, os produtos aplicados podem deteriorar os fios e a raiz. Isso não é bom para a cliente nem para o hairstylist”, explica Patrícia Maciel.

 

Fonte: Cabelos & Cia