"Não existe um limite de cores. Temos muito a explorar nesse mercado", segundo o diretor da Impala (Mundial), Michael Ceitlin. "Não acreditamos num limite de cores, e sim em oferecer cada vez mais opções inusitadas e irreverentes", diz a diretora de Marketing da Colorama (L'oréal).
Empresas estrangeiras, como a norte-americana OPI, e de outros segmentos --Arezzo, O Boticário e Le Lis Blanc, entre outras-- também tentam ganhar espaço nesse setor. O mercado vem ganhando tanto peso que São Paulo recebe, nesta semana, a segunda edição da Nails Fashion Week, com unhas "desfilando" as tendências de cores.
O Brasil é o segundo lugar do mundo onde mais se vende esmalte, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a consultoria Euromonitor.
No ano passado, esse mercado movimentou R$ 511 milhões no país, um aumento de 13,2% em relação a 2010 (R$ 452 milhões). Foram quase 211 milhões de unidades vendidas no país em 2011, de acordo com dados da Nielsen.
Brasil tem mercado de '20 dedos'
As empresas não divulgam dados de faturamento com esmaltes ou unidades vendidas, mas pela quantidade de lançamentos que chegam às prateleiras é possível notar que os negócios vão bem.
O produto ganhou mais importância no visual das mulheres e virou um acessório do tipo que se coleciona e até se combina com a roupa ou o sapato.
A brasileira passou a usar mais o produto, e a abusar de cores que vão muito além do branco e do rosa. Segundo pesquisa das fabricantes, as brasileiras normalmente fazem as unhas da mão semanalmente e as dos pés, a cada quinze dias.
"As mulheres passaram a ousar mais nas cores e a trocar a cor dos esmaltes mais regularmente", diz a diretora da Hypermarcas, Gabriela Garcia. "Com isso, a demanda por esmaltes e o mercado também cresceram."
Além disso, por se tratar de um país tropical, trata-se de um mercado de 20 dedos, e não de 10, como na Europa. Por aqui, as mulheres também pintam as unhas dos pés porque usam mais sapatos abertos, o que não acontece com tanta frequência nos países frios.
Nova classe média e até crise ajudaram os esmaltes
Outro fator que ajudou a elevar as vendas do produto foi a ascensão das classes C e D ao mercado consumidor.
Até mesmo a crise financeira de 2008 impulsionou o setor. Segundo as empresas, com crise ou sem ela, as mulheres precisam continuar investindo em beleza. Com o orçamento apertado, tiveram de optar por outros produtos estéticos de menor custo, como esmaltes e batons, em vez de itens de maquiagens mais sofisticados.
Os preços dos produtos são bem democráticos, variando de cerca de R$ 2 a mais de R$ 90, como um Chanel na butique de mesmo nome. Isso é pouco, se comparado ao esmalte mais caro do mundo: US$ 250 mil (R$ 507 mil). Ele tem diamantes de 267 quilates em sua composição.
Fonte: Uol